Maria das Dores não se chama assim, mas este nome veio a calhar, já que não se passava um dia sem uma reclamação de dor... Pudera, havia comentários que as dores não a deixariam em paz: é muito mal-humorada, ó mulher carrancuda!
Não se entendia o motivo de tantos males, já que sempre teve toda atenção de todos...
Quando criança, as más línguas comentavam que “Das Dores” não iria “vingar”, vivia em crise, todo dia esperava a morte, e esta nunca chegava, passou a primeira, segunda e tantas outras crises, e assim foi sobrevivendo.
Foi crescendo, entrou para adolescência, sempre alheia à todos, e este comportamento era motivo de preocupação, mas logo vinha a desculpa, é uma pessoa doente, alguma seqüela tinha que ter, depois de tantas crises, de tanto esperar a morte, normal que não há de ser.
E, por isso, sempre foi protegida de todos, “a nenê”, e mesmo crescida, e já adulta, era concedido sempre o mesmo tratamento de outrora...
Tanta proteção... Maria das Dores criou raízes, se contentava em ser “a nenê” da casa, e por ali estagnou!
E, todos os seus atos eram justificados pelas tantas crises, coitada, mesmo desacreditada, “a nenê” vingou, e, por isso teriam que conviver com suas sandices.
Agora, há quem pergunte, será que não era hora de outro apelido, Maria Louca?
- Qualquer semelhança é mera coincidência!
sábado, 27 de dezembro de 2008
Das Dores
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